IRAQUARA CHAPADA DIAMANTINA BAHIA - BELEZAS NATURAIS GUIA DE TURISMO JOÃO

Iraquara - Chapada Diamantina BA, Chapada Norte

O maior acervo espeleológico da América do Sul, ou seja, a maior concentração de cavernas está sob o território de Iraquara. A gruta da Pratinha, da Lapa Doce, daTorrinha, de Mané Ioiô e da Fumaça são as principais atrações do município que possui um subsolo com grande teor de calcário. Na língua tupi, Iraquara significa "pote de mel, poço de mel ou riacho de mel".

A riqueza do folclore, representado pelos Ternos de Reis e Reisados, completa o seu patrimônio cultural, ao lado das festas populares que acontecem o ano inteiro, com destaque para o São João antecipado; as festas da padroeira Nossa Senhora do Livramento; de Santo Antônio; de São José; de São Judas Tadeu; de São Pedro; Senhora Santana; Senhor do Bonfim e o Carnamel, Carnaval do Riacho do Mel.

Parte do território de Iraquara está protegido na Unidade de Conservação Marimbus-Iraquara com 125,4 mil ha numa região limítrofe ao Parque Nacional da Chapada Diamantina. É caracterizada pelo grande número de cavernas calcárias e pela formação lacustre conhecida como Marimbus. A Lapa do Sol, a Lapa do Caboclo e o Abrigo Santa Marta são sítios arqueológicos que se destacam pela ocorrência de inscrições rupestres, atestando a presença humana na pré-história brasileira.

O roteiro das grutas é o mais frequentado. O mergulho, para quem é expert nesta prática, é uma atração imperdível no interior da caverna interligada à Gruta Azul por um canal subaquático de 330 m. As formações raras datam de 700/900 milhões a 1/1,7 bilhão de anos. Iraquara fica a 427 km de Salvador.

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O Parque Nacional da Chapada Diamantina é guardião de muitas riquezas naturais, ocupando cerca de 152 mil hectares, um dos maiores Parques de Preservação do país.
 
Em 1985, através do Decreto Nacional n?91.655, foi criado o Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD) para a preservação das belezas cênicas do local. Porém, o grande objetivo da manutenção do parque está na preservação das suas nascentes e de um banco genético importantíssimo para a pesquisa científica e para a conservação da biodiversidade. De acordo com o coordenador da unidade de conservação, Christian Liel Briilintk, foram catalogadas no Parque 200 espécies vegetais endêmicas e 50 animais. Atualmente o PNCD é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação Ambiental, uma autarquia ligada ao Ministério do Meio Ambiente, que trabalha exclusivamente em prol das áreas de preservação e possui duas linhas básicas de atuação: a fiscalização e a pesquisa.
 
Porém, a conscientização da população também tem sido uma das frentes de trabalho realizadas em parceria com os movimentos ambientalistas. Nos últimos anos, a sociedade civil tem se organizado significantemente para a proteção do lugar. Um dos exemplos está no GAP (Grupo Ambientalista de Palmeiras) e no GAL (Grupo Ambientalista de Lençóis). Além do apoio dado pelas 14 brigadas voluntárias e pelas ACVs (Associações de Condutores de Visitantes) espalhadas pelos municípios ao redor do parque. Junto a órgãos públicos como o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), uma das ações do instituto tem sido a regularização fundiária. Fazendeiros e até comunidades tradicionais estão desapropriando o local, de forma pacífica, para contribuir com a sua preservação.
 
 Fauna e Flora da Chapada Diamantina
A vegetação predominante da Chapada é conhecida como campo rupestre, que em geral é mais rasteira, porém é considerada um dos ecossistemas mais ricos do mundo, comparável à Mata Atlântica e à região do Cabo na África do Sul. Nele é possível encontrar mais de 100 tipos de orquídeas, inúmeras bromélias, cactos, begônias, trepadeiras e sempre-vivas, que podem ser apreciadas de abril a agosto. A variedade de animais também é imensa, principalmente as aves, que são mais de 250 espécies.
 
O beija-flor-gravatinha-vermelha é endêmico na Chapada Diamantina e habita áreas superiores a mil metros de altitude. Nas matas chapadenses também vivem o tamanduá bandeira, o macaco prego, a jaguatirica e muitos outros animais.
 
 Geologia da Chapada Diamantina
Há cerca de 1,8 bilhão de anos, aqui onde hoje é sertão já foi banhado pelas águas do mar. A Chapada foi coberta pelo oceano até que um choque de placas tectônicas criasse as profundas fendas e depressões que compõem atualmente a geologia da região. Assim iniciou-se a formação das serras sedimentares através da ação dos ventos, rios e mares, que juntaram pedacinhos de diversas pedras e desenharam as paisagens locais criando a Bacia do Espinhaço, com elevações de formatos bem diversificados. A região está dividida geograficamente entre várias serras, como a Serra de Rio de Contas, do Bastião, da Mangabeira, das Almas e do Sincorá. Elas são as divisoras de água entre a bacia do Rio São Francisco, Rio de Contas e o Paraguassu, que desaguam no Oceano Atlântico.
 
 Águas da Chapada Diamantina
Aqui é o berço de 50% dos rios que banham o Estado da Bahia, tendo como o seu principal o Rio Paraguassu, fundamental para a vida no semiárido baiano. E como não poderia deixar de ser, as águas da chapada também são inusitadas. É possível nadar em águas muito escuras e em águas ultra transparentes. Porém, todas são limpas. Essas águas negras são como “um chá natural gigante”, compara o biólogo Roy Funch, um dos principais responsáveis pela criação do Parque Nacional da Chapada Diamantina.
 
Clima
Um dos quesitos mais agradáveis da Chapada Diamantina é o clima. Alguns municípios como Piatã, que possui o pico mais alto do nordeste brasileiro, e Morro do Chapéu, atingem temperaturas de até 10ºC no inverno. Os municípios de Andaraí, Lençóis, Mucugê e Palmeiras recebem a maior parte das chuvas entre os meses de fevereiro a junho, e também possuem baixas temperaturas durante a noite. Porém, o protetor solar é indispensável, até nos dias nublados. Mesmo no inverno, o sol reina e as temperaturas são em torno de 25º C a 30º C.
 
História da Chapada Diamantina
 
Os primeiros habitantes da Chapada Diamantina foram os índios. No século 17 chegaram os negros e os portugueses, que iniciaram uma economia baseada na exploração da agropecuária, e mais tarde, no garimpo de diamantes.
 
A Chapada foi sendo povoada gradativamente por grandes fazendas e comunidades quilombolas ¹, até que foram descobertos o ouro e o diamante, iniciando o ciclo do garimpo. A exploração do ouro perdurou por quase um século. Nessa época, foi construída a chamada Estrada Real para transportar o minério, que ligava a Chapada de Norte a Sul, de Jacobina a Rio de Contas. Com o declínio da produção aurífera, começa a exploração dos diamantes, responsável por trazer uma nova povoação à região, negociando com mercadores franceses, ingleses e alemães, mas que durou apenas 26 anos. A exploração da pedra começou em Mucugê, expandindo-se para o norte e para o sul, criando novos povoados, como Barra da Estiva, Rio de Contas, Igatu, Andaraí, Lençóis até Morro do Chapéu, definindo assim a região que passou a ser denominada de Chapada Diamantina, fazendo alusão à abundância do mineral e a sua formação geológica.
 
Por volta de 1870, o ciclo do diamante entra em decadência e no início do século 20, o diamante de aluvião se esgota e se inicia a era dos coronéis, em que as famílias dominantes disputavam o poder sobre o território. A principal figura desta época foi a do Coronel Horácio de Mattos, com memoráveis participações históricas, incluindo a ligação com Lampião ² e a perseguição à Coluna Prestes ³.
 
Entre 1980 e 1996 a economia da região foi reaquecida com base na extração mecanizada de diamante, que foi finalmente proibida com a criação do Parque Nacional da Chapada Diamantina, dando início ao turismo.
 
¹ Comunidades remanescentes de quilombos, onde os escravos se refugiavam.  ² Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião, foi o principal integrante do Cangaço, movimento do nordeste brasileiro (início do sec. XX) marcado por ações violentas. ³ Movimento político-militar, existente entre 1925 a 1927, que percorreu mais de 24 mil km no interior do Brasil pregando reformas político-sociais e lutando contra a República Velha.
 
 Tradições
A cultura da Chapada Diamantina é rica e diversa, tornando-se uma das principais características do local. Ela foi tecida, como uma renda de bilro, pelos índios, negros e portugueses, materializando-se em muitos mitos, cores, alegria, música e dança. As suas manifestações tradicionais mais importantes estão extremamente ligadas a festas religiosas e, geralmente, trazem heranças das crenças dos garimpeiros ou dos rituais dos escravos. Hoje, elas ocorrem, com mais frequência, em comunidades rurais isoladas. Conheça algumas delas:
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Jarê
O Jarê é uma religião de matriz africana, mais especificamente um candomblé de caboclo, que existe exclusivamente na Chapada Diamantina, em alguns dos seus municípios. Uma de suas principais particularidades é o grande sincretismo religioso, com influência do catolicismo, da umbanda e do espiritismo kardecista. As origens do culto ocorreram em meados do século 19 e estão ligadas ao período da mineração, sendo muito praticado pelos garimpeiros. Atualmente, é possível conhecer o Jarê no Palácio de Ogum, uma casa de santo situada em Lençóis, na região do Capivara, onde é possível acompanhar as festas dos orixás.
 
Marujada
Um grupo de homens vestidos de branco e azul, como marujo, general e capitão, desfilam pelas ruas cantando e dançando músicas que fazem alusão ao mar, as batalhas, as cidades portuguesas e a algum santo da Igreja Católica. Em Lençóis é possível conferir esse ritual na Festa do Senhor dos Passos._
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Folia de Reis
Se em Salvador a onda é “ir atrás do trio elétrico”, na Chapada Diamantina o costume é seguir o cortejo, principalmente o da Folia de Reis, em que um grupo de pessoas sai de porta em porta para homenagear os três reis magos, geralmente de 24 de dezembro a 6 de janeiro. Eles levam instrumentos como pandeiro e violão, para cantar, tocar e dançar enredos que falam sobre amor, guerra e paz.
 
_Raiz do samba
O Samba de Roda, a variante mais primitiva desse estilo musical, emergiu no recôncavo baiano no século 19, sendo uma das principais manifestações das comunidades tradicionais da Chapada Diamantina. Seu som contagiante, dançado pelas belas baianas com suas saias rodadas, é produzido por um conjunto de pandeiro, atabaque, berimbau, viola e chocalho, e foi considerado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco. O Samba de Roda também foi um forte propagador dos conhecimentos da cultura africana, como o culto aos orixás e a capoeira.
 
Capoeira
A capoeira está presente no dia-a-dia dos moradores da região. Em praticamente todos os municípios da Chapada Diamantina existem grupos que se apresentam nos centros das cidades, geralmente aos finais de semana.
 
 
Como Chegar:
 
ÔNIBUS (a partir de Salvador)
 
Para Lençóis e Palmeiras/Vale do Capão
 
Real Expresso 0800 600-1155
 
www.realexpresso.com.br
 
Para Andaraí/Igatu, Ibicoara e Mucugê
Viação Águia Branca 0800 725-1211
www.aguiabranca.com.br
 
Para Rio de Contas (Sul da Chapada)
Viação Novo Horizonte (71) 3450-2224 / 5557
www.novohorizonte.com.br
 
VIA AÉREA
 
De Salvador para Lençóis
Voos regulares para o Aeroporto Horácio de Matos (Lençóis).
Trip Linhas Aéreas
0300 789-8747 / 0800 722-8747
www.voetrip.com.br
 
Tempo de viagem 
Saindo de Salvador de avião para Lençóis, o voo tem duração de apenas 45 minutos. Já o percurso de ônibus dura em média sete horas e de carro são aproximadamente cinco horas.
 
Telefones úteis
 
• Disque Bahia Turismo 55 (71) 3103-3103
• Aeroporto Horácio de Matos (Lençóis) 55 (75) 3625-8100
• Aeroporto Internacional Dep. Luis Eduardo Magalhães  (Salvador-BA) 55 (71) 3204-1010
• Real Expresso Lençóis (Rodoviária) 55 (75) 3334-1112
• Real Expresso Itaberaba (Rodoviária) 55 (75) 3251-1952
• Rodoviária de Vitória da Conquista 55 (77) 3423-1724
• Rodoviária de Salvador 55 (71) 3616-8357 / 8300