AGRICULTURA IBICOARA - PLANTAÇÃO DE CANA EM IBICOARA - PRODUÇÃO DE CACHAÇA IBICOARA

Alem do café, hortifrutigranjeiro e muitas outras culturas, em Ibicoara também tem o cultivo de cana de açúcar, especialmente na região de Mundo Novo, Brejão e Baixão. Essas regiões estão localizadas a cerca de 20 a 30km da cede do município. A produção é empregada no fabrico da cachaça, a famosa cachaça brejão; a garapa e está em andamento, projetos para fazer rapadura e açúcar mascavo. Em andamento também está um projeto para engarrafamento e rotulação da pinga da região. O processo na região se dar de maneira artesanal em alambiques antigos, embora também está em andamento um novo alambique moderno. A Cachaça de Ibicoara pode ser adquirida direto dos produtores, no varejo ou em grandes quantidades.

 

Produção de Cana-de-açúcar

A produção da cana-de-açúcar iniciou-se no período colonial, e hoje é uma das principais culturas agrícolas da economia brasileira. O Brasil é responsável por mais da metade de todo o açúcar comercializado no mundo, sendo também o maior exportador de etanol. Conheça o processo de produção da cana, do seu cultivo ao transporte à usina.

Somente em 2009 o Brasil produziu cerca de 670 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, com valor de produção de quase R$ 24,0 bilhões. A produtividade média dos canaviais foi no mesmo período de cerca de 80 toneladas por hectare. 

 O Brasil tem sido visto como forte ameaça ao domínio por fontes de energia no mundo. Como formas de barreiras à expansão do setor, existem fortes propagandas negativas circulantes na mídia internacional, alegando trabalho escravo nas lavouras para a colheita, bem como o avanço do plantio sobre as matas virgens amazônicas.

 

Produtos e subprodutos da cana

Além do açúcar e do álcool, a cana-de-açúcar também gera importantes subprodutos, como o bagaço utilizado na geração de eletricidade, torta e vinhaça que são utilizados na adubação dos canaviais, entre inúmeros outros produtos farmacêuticos, alimentícios, químicos etc.

 

Etanol.

Frente à alta de preços dos combustíveis fósseis e às pressões por fontes alternativas renováveis de energia, o etanol brasileiro é hoje um dos focos das políticas internacionais para o desenvolvimento sustentável, devido também à sua alta eficiência e baixo custo de produção. A previsão é de que a produção que foi em 2009 de 27 bilhões de litros de etanol, torne-se de quase 59 bilhões de litros em 2019, liderada pelo aumento do consumo interno. 

O etanol produzido a partir da cana tem se mostrado vantajoso em relação ao produzido através de outras fontes, como o milho (principal nos EUA) e a beterraba (principal na Europa). O etanol de cana apresenta o mais baixo custo de produção, a maior produtividade (litros por hectare), além do melhor balanço energético dentre as principais matérias primas. Entretanto, o etanol de milho americano responde por quase de 55% do etanol produzido em todo o mundo, seguido do etanol brasileiro de cana responsável de cerca de 35%. Juntos, os EUA e Brasil respondem por quase 90% da produção mundial do combustível.

O etanol americano possui fortes subsídios durante a produção do milho utilizado para a sua geração, bem como forte barreira tarifária, de US$ 0,54 por galão (~3,78 litros), impedindo assim o aumento das exportações brasileiras aos EUA. Mesmo com o encarecimento do etanol brasileiro, ele ainda se mostra competitivo com o caro etanol americano, sendo que os EUA ainda são os maiores importadores do nosso etanol.

 

Locais de cultivo

O Brasil possui mais de 400 usinas de processamento de cana-de-açúcar, que contam com aproximadamente 70 mil produtores da matéria-prima. [12] A produção se concentra principalmente no Sudeste de país, sendo que somente o estado de São Paulo foi responsável por cerca de 60% da produção nacional em 2009. Entretanto, os novos cultivos têm se expandido principalmente à região Centro-Oeste, devido principalmente aos menores preços de terras. 

 

Área cultivada

A área plantada de cana é de aproximadamente 8,5 milhões de hectares, representando menos de 3% do total de terras cultiváveis no Brasil em 2009. A área de pastos é a principal região de expansão desse cultivo. [2] Sendo assim, a produção brasileira de etanol não inibe a produção de alimentos, nem provoca aumento considerável nas taxas de desmatamento, assim como afirmam alguns órgãos internacionais.

 

Clima e solo.

A cana-de-açúcar cresce melhor em regiões quentes e úmidas, com temperaturas entre 30 e 34 graus Celsius.

A adubação representa sem dúvidas um dos maiores custos na produção da cana. Os principais nutrientes a serem supridos pela adubação nos canaviais são o nitrogênio, o potássio, e o fósforo, conforme a necessidade. A vinhaça, líquido altamente poluente gerado na fermentação, é utilizada na adubação para suprimento de potássio de alguns talhões, bem como tem a torta de filtro.

 

Plantio

Os canaviais são culturas semi-perenes, pois são replantados somente após cerca 5 anos do plantio, ou seja, colhe-se cerca de 5 vezes o canavial antes da sua reforma. Normalmente a primeira colheita é mais produtiva, sendo que a produtividade decresce gradualmente a cada corte, sendo as médias de respectivamente 120, 95, 85, 75 e 60 toneladas por hectare. Ainda assim, o altíssimo custo da renovação e plantio do canavial faz com que o replantio anual seja economicamente inviável. Após o quinto corte, geralmente é economicamente mais vantajoso realizar um novo plantio. O primeiro corte da cana é chamado de cana planta, já os demais são chamados de cana-soca.

A primeira colheita da cana pode ocorrer após um ano ou um ano e meio do plantio, dependendo do quão precoce é a variedade utilizada. No estado de São Paulo, o plantio da cana geralmente ocorre de outubro a março, enquanto no nordeste ele é feito de julho a novembro. O plantio tem sido realizado em sulcos, enterrando-se os colmos (toletes) entre 30 e 40 cm de profundidade, em linhas distanciadas de uma média de 1,5 metros para a colheita mecanizada. Atualmente a maior parte do plantio ainda é feito manualmente, mas a tendência é que o plantio passe a ser mecanizado. Para isso, novas tecnologias estão em desenvolvimento.

Para regularizar o solo, que fica muito irregular com o plantio, realiza-se cerca de 60 a 70 dias após o plantio, uma operação chamada “quebra-lombo”, na qual o solo é planificado para possibilitar a passagem da máquina colhedora.

 

Plantas daninhas

Nos primeiros meses de crescimento, enquanto a cana ainda não fechou as entrelinhas, o cultivo ainda se mantém em desvantagem em relação às plantas daninhas, que crescem vigorosamente quando não controladas. As plantas daninhas absorvem a água e nutrientes, além de bloquear os raios solares,  que deveriam ser utilizados pela cultura.

Os cultivos de cana exigem grande atenção no manejo de plantas daninhas, sendo o controle destas um dos maiores custos na produção dos canaviais. Para garantir um controle eficiente, os agricultores utilizam um grande número de herbicidas, sendo a maioria pré-emergente, ou seja, que mata as plantas antes da sua emergência no solo. Dentre as principais plantas daninhas dos canaviais estão a tiririca e as cordas-de-viola, sendo a última causadora de sérios problemas na colheita mecanizada.

 

Pragas e doenças

A principal praga que tem atacado a maioria dos canaviais é a broca (Diatraea spp.), que cava túneis no interior dos colmos, facilitando a entrada de doenças. Outras pragas importantes em algumas regiões são os nematóides e o besouro Migdolus. Os cultivos de cana possuem relativamente poucas doenças que geram problemas, sendo que a maioria delas deve ser resolvida pelo uso de variedades resistentes. Vale lembrar que a altura dos canaviais representa um grande problema para pulverizações tardias de defensivos agrícolas.

 

Colheita

A colheita da cana geralmente ocorre de maio a novembro, quando as plantas atingem o ponto de maturação. A colheita manual exige grande mão-de-obra, e requere a queima prévia do canavial, a fim de eliminar as folhas. Na safra de 2009/2010 mais da metade da cana do estado de São Paulo já foi colhida mecanicamente. [18] Cada homem colhe manualmente em média 5 a 6 toneladas por dia, mas cada colhedora colhe de 15 a 20 toneladas por hora. A cana colhida mecanicamente pode ser obtida inteira ou picada. Devido a pressões internacionais que condenavam o trabalho dos bóias-frias (colhedores manuais), o Brasil passou a obrigar por lei a substituição da colheita manual pela mecanizada.

Um dos grandes desafios da colheita da cana é a ocorrência de chuvas, que impedem a entrada dos maquinários pesados no campo. Atrasos na colheita geram problemas na logística das indústrias (usinas), causando paralisações na produção de açúcar e álcool.

Outro grande problema é o florescimento dos canaviais, que geram grandes prejuízos à indústria, uma vez que a cana se torna esponjosa, e com baixíssimo teor de líquidos. O florescimento ocorre somente em condições ótimas de chuvas e temperatura para a cana, podendo ser evitado pela aplicação de produtos que geram o stress do canavial.

O ponto de colheita é determinado pelo ponto de maturação do canavial. Na maturação, a cana possui o maior teor de açúcares no caldo e, portanto, maior rendimento industrial. O teor de açúcares é medido já no campo, através da estimativa do Brix, que representa a quantidade de sólidos solúveis no caldo.

 

Transporte

Após a colheita, a cana colhida deve ser transportada o mais rápido possível à usina, já que o açúcar passa a ser invertido após a colheita, diminuindo seu rendimento industrial. Por este motivo, aliado ao alto custo de transporte da carga, a distância do campo à usina é um fator importantíssimo a ser considerado na produção.A maior parte da cana é transportada no modal rodoviário, por meio de grandes caminhões e carretas, que constituem grande problema no trânsito local nas rodovias devido ao seu tamanho, peso e baixa velocidade.